Quem nunca ouviu falar em Paris 6? Mesmo não morando em São Paulo ou Rio de Janeiro, acredito que você já tenha ouvido falar sobre ele ou pelo menos de sua sobremesa. A grande verdade é que o proprietário Isaac Azar investe pesado no marketing, principalmente em redes sociais. Muitos criticam o sucesso dos restaurantes e o atribuem unicamente à propaganda investida. Nós não tínhamos opiniões formadas até conhecermos um dos restaurantes, em São Paulo.
Localizado na badalada Haddock Lobo está o Paris 6 24 horas, certamente a mais interessante das três unidades em São Paulo, sendo o Petit Paris 6 coladinho, praticamente um anexo do 24 horas. Para quem vive em Florianópolis, um local 24 horas impressiona, pois até de farmácias que funcionem assim somos carentes. Mas, sendo sincera, por mais que saiba de tal lacuna, creio que se existisse um restaurante 24 horas desse tipo por aqui, viveria às moscas ou destino de bêbados na madrugada - diferentemente de São Paulo onde as pessoas saem de casa às 23h só para um sobremesa, por exemplo.
Era cerca de 20:40h quando chegamos ao nosso destino. Antes mesmo de descermos do taxi notamos certa movimentação na rua e quanto mais íamos nos aproximando, mais a certeza de que a muvuca era a fila para o Paris 6. Como todos ali, entramos na fila de espera que funciona assim: 1) Você deixa seu nome e telefone com a recepcionista, 2) Ela irá enviar uma mensagem de confirmação para o seu celular, 3) Quando chegar em seu número, você receberá uma mensagem sobre a liberação. Só não pode se atrasar.
Bom, nós adoramos o esquema, pois assim não precisamos ficar esperando em pé. Subimos um pouco mais a Haddock e nos sentamos em um banquinho. Enquanto eu esperava, Claudio foi até um restaurante próximo para comprar cervejas para passarmos o tempo, mas ele só soube que entrou no lugar errado depois de deixar bons tustões no Bistrô Le Vin, nada recomendado para tal atitude ($). Caso estivéssemos em nossa cidade, certamente teríamos desistido, porém estávamos em São Paulo de pernas para o ar, então, nos prestamos a esperar já que realmente queríamos conhecer o Paris 6 e estávamos de cara para o gol. Acontece que só às 23:40h conseguimos entrar no restaurante e o humor já não estava dos melhores.
O local, apesar de relativamente grande, possui mesas bem juntinhas. Antes de me incomodar com isso, lembrei-me do nome "Paris 6" e de quão as mesas de restaurantes em Paris são coladas umas nas outras. Também a decoração ultra carregada remete à Paris art nouveau com pôsteres por todos os cantos. Por fim, a predominância da cor do amor, vermelho, remetendo à agitação dos cabarés, como o famoso Moulin Rouge.
Quem frequenta? Prestei bastante atenção nessa parte. É totalmente um lugar para ver e ser visto, acima de qualquer coisa. A mesa ao lado era um exemplo perfeito: atores, artistas, celebridades... Chato era ter que aguentar a mesa coladinha a nossa falando e rindo alto. Porém, nada mais irritante que o cardápio.
Indecisos, ir ao Paris 6 é uma prova de fogo. Ouso dizer que até mesmo para os mais práticos dos seres, pois o cardápio é imenso e extremamente cansativo. O "bistrô" é famoso por dar aos pratos nome de artistas e famosos, soando uma grande brincadeira entre o público ("Quem está afim de comer Juliana Paes hoje?"). Essa parte não incomoda, é até engraçadinho mesmo. O péssimo é que além do nome do prato, há a descrição e a origem do nome, isso tudo junto no mesmo parágrafo.
Enquanto ainda líamos o cansativo cardápio, as bebidas: cerveja premium Black Princess Gold (R$12 - 355ml) para ele e uma água (R$6) para me dar forças a escolher um prato.
Foi difícil, mas conseguimos. Meu eleito: Alfredo Sur Paillar de Boueuf a "Felipe Andreoli", e Saumon au brie a "Marisol Ribeiro" para Claudio. Vou transcrever na íntegra como estavam no cardápio para vocês terem noção da chatice que menciono:
"Alfredo Sur Paillar de Boueuf a 'Felipe Andreoli'... Frequentador assíduo do Paris 6, o prato predileto de Felipe tem origem em Roma, com toque afrancesado: servido na panela de ferro, o paillard de filé mignon vem por baixo. Por cima, um simples e delicioso fettuccine ao creme de leite, estragão e parmesão (R$48)".
"Saumon au brie a 'Marisol Ribeiro'.. Sol, para os chegados fez questão de escolher cada ingrediente do seu prato. Ao final das contas, além de excelente atriz, demonstrou-se criativa com as panelas. O prato consiste em fatias de grelhado de salmão (de preferência mal passado) intercalado com brie, acompanhado de um delicioso fricassê de champignons. A receita é finalizada com molho de mel e azeite. É muuuuito bom!!!!! (R$63)"
Tá. Lendo só esses dois até que não é tão horripilante. Mas, imaginem vocês um cardápio com cerca de 200 pratos, todos assim? Haja paciência.
Apesar de casa cheia e garçons andando apressados de um lado para o outro, estávamos recebendo excelente atendimento e nossos pratos não demoraram muito para chegar. O meu Felipe Andreoli estava bonitão e super quente. O mignon bem fininho sob o molho e a massa, porém caprichei no queijo ralado e pimenta para dar vida ao prato. Eu pedi queijo e pimenta para o garçom e o que achei estranho e ousado foi ele ter colocado (ele mesmo) a quantidade que achou necessária em meu prato. Não gostei disso, mas já percebi que em vários restaurantes no mundo é assim. Os garçons temperam ao invés de deixarem pimenta e queijo na mesa. Eu, hein?
O prato é farto, mas não foi aprovado. Se tivéssemos provado exclusivamente essa massa, sairíamos de lá extremamente frustrados com a certeza de que o Bistrô Paris 6 é puro marketing. Não que isso não seja boa parte, mas, por sorte, o prato que o namorado escolheu estava delicioso!
O salmão estava desmanchando, cogumelos macios, o vinagrete se mesclava à doçura do mel e do brie... Excelente mesmo. O engraçado é que frutos do mar seriam minha última escolha nesse restaurante. Ainda bem que Claudio estava comigo.
Saldo: -1 + 1 = 0.
Logicamente comemos a sobremesa, sucesso de vendas da casa, para uma experiência completa. Acontece que o que eu disse de bom atendimento foi para o brejo. Os garçons até passavam por nossa mesa, mas nada de olharem. Fui obrigada a me levantar e pegar por conta própria um cardápio do armário para olhar as sobremesas. Encerramos a noite com Paloma di Bernardi: Grand gateau de chocolate, com creme e Nutella ao leite condensado, morangos picadinhos, granulados de avelã e ainda um delicioso picolé de chocolate Diletto (R$24).
Aí, sim, eu entendi. Que coisa bem boa! Uma sobremesa grande, ideal para ser dividida, a não ser que você goste muito de doce. Apresentação, ingredientes e quantidade impressionam. Gostamos demais. No final, então, saldo positivo.
Se eu voltaria? Se não precisasse esperar por tanto tempo, sim.
Ambiente: ♥♥♥♥
Atendimento: ♥♥♥
Preço: $$$$$
Sabor: ♥♥♥♥
Endereço: Rua Haddock Lobo, 1240 - Cerqueira César. São Paulo/SC.
Telefone: (11) 3085-1595
Horário de funcionamento: Todos os dias, 24 horas.
Aceita cartão: Sim
Estacionamento: Não
Priscila! Já tentei ir no Paris 6, mas não consegui devido movimento. Como SP tem muuuuitas opções maravilhosas, não faltará oportunidades. Gostei do teu post, mas acho que foste exigente demais. Afinal, para quem mora em Floripa, restaurantes como este citado estão longe e chegar aqui. Ainda falta boa gastronomia, bom atendimento, qualidade... Sim, tem exceções na Ilha. Mas...bjs
ResponderExcluirOlá!
ExcluirNa verdade, o seu "para quem mora em Floripa" foi bem esquisito na frase, pois minhas visões são independentes de morar em Florianópolis. De qualquer forma, não creio que tenha sido exigente, não. Bom atendimento espero por aqui, em São Paulo ou qualquer outro lugar do mundo.
Oi, Priscila
ResponderExcluirAqui no Rio o Paris 6 é pertinho da minha casa, mas sinceramente não entendo como está sempre lotado.
Achei a comida beeeem fraquinha, o lugar "muvucado" e a sobremesa bem mais ou menos. Acho que falta um pouco de equilíbrio entre os sabores da sobremesa... tudo muito doce e os sabores se confundem...
Enfim... eu acho que não volto, mas valeu ter conhecido.
Em tempo: como estávamos entre 6 pessoas, experimentei 6 pratos diferentes e 4 sobremesas diferentes... nenhum fez meu coração bater forte... rsrsrs
Super beijo!
Oii, Ju
ExcluirTudo bem?
Também acho que é muito burburinho mesmo... hehe. Mas, pude experimentar um prato que fez o coração bater mais forte e que indicamos sem medo. Bom, foi um, né? Talvez sorte. Ou não... Já, a sobremesa nós adoramos. Reunia tudo que gostamos em uma única colherada! Hahah.
Beijoca