sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Toca do Paru: O prazer e desprazer em almoçar na praia

Me desculpe quem é de fora, mas o melhor lugar do mundo é aqui. Não é porque sou manezinha da Ilha que irei levantar essa bandeira, não. Floripa é bela por natureza. Talvez por ter o privilégio de ter nascido e viver até hoje em um lugar tão lindo, pouco me impressionei com praias mundo a fora, porque as nossas são lindas demais.

Tenho que tirar o romantismo da cabeça de quem vê de fora. Não é porque moramos no litoral que ir à praia é programa diário, pelo menos não para mim. Ir à praia é coisa de final de semana e olhe lá! Porque é longe, porque tem trânsito, ou por mera preguiça mesmo. Mesmo assim, o fato de saber que têm praias ao nosso alcance me conforta. Tenho amigas que afirmam sem medo que morariam em cidades como São Paulo, por exemplo. Adoro São Paulo, mas para passear, com passagem de volta garantida. Pensar em sair de trabalho e me sentar à beira do mar, tomar uma bebida gelada e comer petiscos do mar, não tem preço. Ir em bares ou restaurantes com visuais incríveis para o mar é um programa frequente meu, talvez até mais comum do que ir à praia propriamente dita.

Na intenção de almoçar na praia, saímos rumo a Itaguaçu, com destino à Toca do Paru, indicação de minha amiga Cyntia.

Fazia um lindo dia de sol no final de semana, cerca de 13:30h. Caminhamos pela ruela das Palmeiras e encontramos o restaurante que funcionava exatamente como eu imaginei: mesinhas plásticas na rua, guardas-sol e cervejas em cima da maioria das mesas. Porém, não imaginava que teriam também mesas dispostas sobre a areia. Desde que sujeiras não voem para o mar, acho a proposta maravilhosa.





Mas e o nome do restaurante, o que tem a ver? Além de paru ser o nome de um peixe de profundeza (Pomacanthus Paru) que costuma se entocar em rochas, é também o apelido do proprietário, Seo Carlos Alberto, figura carimbada dos carnavais na Ilha. E "toca" vocês irão entender agora o porquê.







A área do estabelecimento em si é, com certeza, o restaurante mais estreito em que já estive, uma verdadeira toca repleta de peixes secos pendurados no teto e quadros com fotografias de uma Florianópolis poética e também do time do coração de Seo Paru, o furacão do continente, Figueirense.

Eu nunca me sentaria na área interna, pois ficaria claustrofóbica. Precisamos esperar cerca de 15 minutos para uma mesa fincada na areia ser todinha nossa. Logo chegou um casal de amigos pelo qual esperávamos, então, hora de pedir as bebidas. Apesar da ressaca que nos acometia, todos pedimos caipiras. Caipirinha de limão (R$10,50) para os homens e caipivinho (R$10,50) para as meninas.






Que bombas as caipiras de limão! Estavam bem caprichadas no álcool e os meninos encararam assim mesmo, ralando o gogó. A de vinho estava excelente: geladinha e suave.

Tudo ia muito bem com céu limpo, solzão, companhia agradável, bebida boa... Só faltava alguém ir à mesa retirar os pedidos. Demorou tanto. Aliás, esperar foi o que mais fizemos nessa tarde. Até conseguimos fazer os pedidos, mas, chegar que é bom, nada.

Chamamos a atenção dos atendentes algumas vezes e até recebemos, depois de 1 hora sem sinal nenhum, a desculpa de que possuem apenas uma fritadeira e ela havia estragado, mas que conseguiram consertar, por isso a demora. Se é verdade ou não, não sei e nem me interessava. Estávamos verdes de fome e o relógio marcava 14:30h.

Nesse tempo de espera, mais três amigas chegaram. Saímos de nossa mesa e fomos para outra maior, também na areia. Nada de nossos pedidos...

Perdi as contas do tempo de espera, mas percebemos algo em comum: todas as mesas estavam apenas com bebidas, sinal de que não éramos os únicos. Teve gente que levantou e foi embora, mas, como não tínhamos compromisso, permanecemos ali.

As lulas à milanesa (à milaneza, segundo o cardápio - R$33) chegaram juntamente com os torpedos de siri (R$27) que pedimos e também as cervejas (R$9,50) que começamos a tomar.




Por sorte, começamos com as lulas que estavam gordinhas e quentinhas e foram aprovadas. Recomendo. Mas, a graça não foi a mesma com os torpedos de massa, errr, siri.

As meninas ainda pediram uma porção de camarão à milanesa (R$41,50) e outra de batata frita (R$16), aliás, que batata frita! Daquelas com gostinho de verdade, nada de batatas congeladas. Uma boa dica para petiscar sem erro.




Como principal, pedimos dois pratos iguais: filé de linguado à milanesa ("milaneza", de novo) ao molho de camarão, acompanhado de pirão arroz e salada (R$75). Quando chegou já nem estávamos mais com tanta fome. Ou foi pelo aperitivos ou quando a demora é tanta que a fome até passa, sabem como é?

Pelo menos tudo estava bonito e fresquinho. Pedi para o molho de camarão vir separado, porque detesto quando o empanado fica mole, bem melhor assim, crocante.




Mesmo eu não curtindo muito de peixe à milanesa, gostei desse, só não consegui comer mais que metade de um. Espaço para o pirão teve de sobra, porque estava maravilhoso, bem do jeito que eu gosto.

Resumindo, o visual é incrível, o restaurante e a comida são simples, o atendimento deixou a desejar, a demora foi tensa, mas, valeu a pena ficar um tempão ao lado de boas companhias. O almoço foi terminar só às 18h, mas, terminar a tarde com uma vista dessas não tem preço.




Ambiente: ♥♥
Atendimento: ♥
Preço: $$$$
Sabor: ♥♥


Toca do Paru
Endereço: Rua das Palmeiras, 136 - Itaguaçu. Florianópolis/SC.
Telefone: (48) 3249-0593
Horário de funcionamento: De quarta a sexta das 18h às 24h, sábados e domingos das 12h às 24h.
Aceita cartão: Sim
Estacionamento: Sim

Um comentário:

  1. paru eh demais...
    Comida simples mas com muita qualidade... Mais saborosa que muitos restaurantes caros que costumamos ir.

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